segunda-feira, 22 de julho de 2013

Lembranças da vida...no passeio ao parque...



Era necessário sair de cena...de bater asas...nem que fosse por um curto período de tempo...
Sentir a energia de uma árvore...
colocar os pés na terra...
Ficar no próprio silêncio...mas não, necessariamente, em silêncio!!!
Escutar sons que não fazem parte do cotidiano comum...correias de bicicletas, folhas secas, gritos de crianças...
Simplesmente a sensação do vento no rosto...e a pura observação do que está ao redor....sem interferir...
O quanto a natureza ainda deslumbra o SER HUMANO...
Mesmo neste momento do planeta, de quase total desconexão com sua essência primeira!!!
E por lá onde estava, me meio à natureza, câmeras e celulares se fazem presentes, mas a tecnologia se torna um mero detalhes...no reencontro do SER consigo próprio!!!
Ele parece uma criança: pedala, corre, sorri, brinca, se solta e se renova....
Mesmo que a renovação esteja em ensinar seu filho, a soltar uma simples pipa...
E as árvores, com sua sabedoria velada de décadas a fio, simplesmente observam mais estas cenas e se colocam à disposição destes humanos, de forma sutil, galhos e troncos.... como o que a abrigava naquele momento....
Em terra, tudo junto e misturado: escoteiros, casais de namorados homossexuais, heterossexuais.... crianças, idosos, empresários, moradores de rua..... podem não perceber...mas naquele momento....simplesmente seres...sem títulos...sem rótulos.... sem poderes....
E no céu, aviões, helicópteros, pássaros e as nuvens que se formam, sorrateiras, trazendo uma brisa leve e o cheiro da natureza!
E a liberdade solta em seu melhor formato: crianças criadas em apartamentos, divididas entre o o medo da liberdade e a  liberdade de simplesmente correr...ir e vir sem limites...mesmo que de forma controlada!!!
.....a terceira e a quarta rodinhas da bicicleta dando a impressão de ser para sempre...mas, em outra cena, já ignorada, quando o equilíbrio enfim, é conquistado!
E os carinhos à mostra...para quem os quiser partilhar através do olhar....
Frestas de sol, beijinhos, apertos de mão, abraços...que tocam a alma mesmo de quem se sentir só...

E como é esta vida...não?
Que garantias temos até mesmo quando a vida é gerada por nós???

...há exatos  "30" anos, daquele dia lá, rompia-se mais uma bolsa e a vida se multiplicava....
E com esta chegada, quantos sonhos e expectativas gerados na mesma proporção do feto que ali era recebido  de forma tão acolhedora...
E, naquele dia ali, a percepção de que, três décadas depois, tantos sonhos se perderam nas lembranças....

Por mais que se tenha a expectativa de que gerar uma vida seja multiplicar a própria existência, a única "coisa" que realmente se multiplica, é a experiência...

De nós mulheres, eles saem...e partem para para o mundo....e nem sempre um endereço próximo, mesmo que o bairro assim o seja....e, muitas vezes...é por lá mesmo que ficam....

Perdas necessárias...
Buscas necessárias...
Encontros necessários...
.... e necessário se torna o nosso caminhar: aqui, ali, acolá...
...comigo, contigo ou sei lá!!!!

Mas o que não se pode, é parar...se entregar....
Mesmo que se torne solitário o caminhar....
Porque nada é por acaso....
muito menos a nossa passagem por aqui!!!!!


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